Dieta facial: método se baseia no rosto para propor cardápio para emagrecer

16 de junho de 2016
Saúde e Bem-Estar
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O regime promete perda de 6 quilos em uma semana, mas é contestado por médicos
Já pensou uma nutricionista oferecer mudanças na sua alimentação só analisando seu rosto? Isso existe, é a chamada dieta facial, que foi criada pela nutricionista e naturopata britânica Elizabeth Gibaud. O método ficou conhecido ao ajudar no emagrecimento de famosos como a atriz Kate Winslet que perdeu 25 quilos.

Nessa dieta, Gibaud analisa aspectos da face do paciente e somente com base nisso consegue detectar se há falta de nutrientes no organismo e também indicar problemas em determinados órgãos. “O rosto é como um mapa, é preciso olhar para ele e ler este mapa”, conta Gibaud, em entrevista exclusiva. Com base no seu diagnóstico, a nutricionista traça um cardápio detox para o paciente e garante que é possível perder até 6 quilos em uma semana.

De fato a aparência do rosto pode estar ligada ao bem estar do paciente, porém a medicina alopática e a medicina tradicional chinesa defendem relações distintas entre a face e a saúde. Esclareça suas principais dúvidas sobre a dieta facial e descubra se ela é eficaz e segura.

Quais pontos do rosto são observados na dieta facial?

Há diversos aspectos que Gibaud relaciona com determinados órgãos ou com a nutrição. Os principais deles são: linhas na testa, ligadas a uma dieta rica em óleo; linhas sobre os olhos, relacionadas à saúde do fígado; inchaço sob os olhos, que expressam o funcionamento do intestino; pele amarelada ou azulada, que poderiam significar problemas no útero; mandíbula, ligada ao bem estar dos rins; poros abertos, que significam excesso de ácido no organismo; linhas de estresse, significam falta de sais minerais; e região logo abaixo das sobrancelhas, que está relacionadas às funções da vesícula biliar e baço. Gibaud também observa as mãos e a língua do paciente para tirar suas conclusões.

O aspecto do rosto pode demonstrar problemas de nutrição?

Na medicina alopática a aparência do rosto pode indicar problemas nutricionais, mas não da maneira como é feita por Gibaud. “O envelhecimento da pele como um todo está relacionado à alimentação porque vários minerais estão ligados a falta de colágeno, a proteína animal é fundamental para a produção do colágeno”, conta a dermatologista Carolina Marçon, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A rosácea, condição crônica que faz o rosto ficar vermelho e pode causar inchaço e inflamação de pele, também está relacionada à nutrição. “Diante de alguns estímulos os vasos dilatam e ficam vermelhos. Alimentos apimentados e bebidas alcoólicas têm substâncias vasodilatadoras”, diz Marçon.

Os poros abertos estão ligados a maior oleosidade da pele, porém sua relação com a alimentação é controversa. Algumas pesquisas mostram que comidas com altos índices glicêmicos, como fast foods e chocolates, estimulam a pele oleosa, enquanto outros estudos tiveram resultados diferentes. “Por isso, a orientação que dou é fazer um teste: parar de comer determinado alimento e observar se há mudanças a pele, sempre sob orientação médica”, afirma Marçon.

Já a carência de ferro na dieta pode fazer com que as olheiras se destaquem mais, pois a pele fica pálida. Outras faltas de nutrientes também podem ser detectadas devido ao aspecto da língua. “Caso o órgão fique com as papilas atrofiadas, podemos suspeitar de problemas”, diz o clínico geral Paulo Camiz, do Hospital das Clínicas.

Já na medicina tradicional chinesa, a relação entre alimentação e aspecto da face também existe e é semelhante à avaliação feita por Gibaud. “É comum detectar algumas falhas na face, mãos e língua e com base nisso pedir para a pessoa não consumir determinado alimento e isto pode ajudar no emagrecimento”, conta a acupunturista Flávia Regina Schultz Freire.

Na medicina alopática a relação entre face e saúde também existe, mas é diferente do método de Gibaud. “Caso a pele esteja amarelada, podemos suspeitar de problemas no fígado. Um determinado traço na orelha pode ter relação com doenças coronárias e sinais da íris podem sugerir colesterol elevado”, conta Camiz.

Já a doença celíaca causa o inchaço. “Isto vale para todo o corpo e não só o rosto”, afirma Marçon. O aspecto das unhas, formato, cor e alguma deformidade, também podem indicar problemas de saúde.

Na medicina tradicional chinesa determinados pontos do rosto estão ligados à órgãos. “Algumas relações feitas por este método milenar são: testa e pálpebras superiores estão relacionadas ao coração, região abaixo das pálpebras com o pulmão, os olhos com o fígado, a boca com o baço, queixos e pálpebras com os rins”, explica o clínico geral e especialista em medicina chinesa Alex Botsaris.

Apesar de tanto a medicina tradicional chinesa quanto a dieta facial relacionarem aspectos do rosto com a saúde e alimentação, a ligação entre os dois métodos é polêmica. “O sistema de relação da medicina chinesa é distinto do proposto por Gibaud”, conta Botsairs. Já Freire acredita que o método é semelhante. “Isto porque apesar de não utilizar os pontos tradicionais da medicina chinesa, ela se baseia nos pontos secundários”, explica. A criadora da dieta facial Elizabeth Gibaud não reconhece que se baseou no método chinês.

A dieta facial ajuda mesmo a emagrecer?

Para a medicina alopática não há provas de que é possível traçar uma dieta apenas com base no aspecto da face. Porém, no cardápio da dieta facial são propostas mudanças saudáveis e pouco calóricas como ingerir carnes brancas grelhadas, vegetais, frutas e diminuir a quantidade de sal. “Qualquer pessoa se beneficia de uma alimentação saudável, mas você não vai se basear nos traços de alguém para definir isso”, alega Camiz.

O especialista propõe realizar um estudo comparativo para saber se a dieta facial realmente funciona. “Seria interessante confrontar o método de Gibaud com o utilizado por outras nutricionista para saber se realmente há maior emagrecimento no dela ou não”, sugere.

Na medicina tradicional chinesa a ingestão ou não de alguns alimentos pode ser determinada devido a alguns aspectos da face, porém no Brasil isto só pode ocorrer após as suspeitas dos especialistas terem sido comprovadas por exames médicos. “É comum com base no que constatamos encaminharmos o paciente para a nutricionista a fim de readequar a alimentação”, conta Freire.

Basta me olhar no espelho para detectar os meus problemas de nutrição?

Não. A criadora da dieta facial não recomenda a avaliação em casa. Isto também vale tanto para os alopatas quando para os seguidores da medicina tradicional chinesa. “Todo mundo possui os pontos, porém, nem sempre todos têm aquele aspecto pelo mesmo desequilíbrio”, explica Freire.

A dieta facial pode ser perigosa para a saúde?

O maior problema da dieta facial é concluir a deficiência nutricional ou problemas em determinados órgãos apenas com base na avaliação do rosto. No Brasil, tanto a medicina alopática quanto a chinesa, confirmam suas suspeitas sobre complicações na saúde com exames médicos. “O exame físico do paciente ainda é nossa principal arma para direcionar quais exames pedir. Não podemos negligenciar o arsenal de diagnósticos que temos hoje”, conta Camiz. Além disso, há complicações que não podem ser solucionadas com a alimentação e outros tratamentos são necessários.

Qual profissional poderá me ajudar a fazer a dieta facial?

A dieta facial é praticada somente pela nutricionista britânica Elizabeth Gibaud, criadora do método. Porém, no Brasil é possível se consultar com acupunturista, que podem encaminhar os pacientes para uma nutricionista com base nas observações que fizeram durante a consulta e nos exames médicos pedidos.

Fonte: Minha Vida

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