As redes sociais te deixam com medo de estar por fora?

Saiba mais sobre fenômeno conhecido como “medo de estar perdendo algo”, que é cada vez mais comum
Por: Adriana de Araújo – PSICOLOGIA – CRP 56802/SP

O mundo hoje é composto pelo encontro do mundo presencial e também pelo virtual. São poucas as pessoas que ainda resistem e não fazem parte do mundo digital. Porém, nem sempre as pessoas conseguem equilibrar as ações e algumas despencam para o mundo da internet. Algumas pessoas se sentem inadequadas e indecisas ao verem atualizações de outras pessoas nas redes sociais. Nesse momento, se comparam e fazem uma leitura alterada do mundo do outro, levando a uma grande frustração e desencontro pessoal. A avalanche de informações sobre o que os amigos estão fazendo: viagens, lugares, comidas, festas, tudo acompanhado de escrita e fotos. São imagens e mais imagens de tudo quanto é tipo que levam alguns a se questionarem se suas vidas são tão interessantes assim.

Nessas horas o sentimento de “por que eu não tenho isso tudo também?” ou “por que não estou fazendo isso tudo também?” é devastador. Não há felicidade que se mantenha com essas ideias negativas. Esse mal-estar acima descrito tem um nome: “Fear of Missing Out” (FoMO), expressão inglesa que pode ser traduzida como “medo de estar perdendo algo”. É a constante necessidade de estar atualizado que ao mesmo tempo que dá prazer, gera angustia e sofrimento. Esse tipo de distorção acontece por algumas razões:

  • Ausência de leitura individual das situações: quando se vê muitas pessoas com fotos interessantes em eventos sociais, se faz uma leitura do geral, levando a mente a um erro. Por exemplo: normalmente as pessoas tiram férias uma vez por ano. Se você tem 1000 amigos numa rede social, e vamos imaginar que todos postem fotos de suas férias, você terá pelo menos 1000 pessoas falando de viagens e descanso, possivelmente em dias alternados. Isso dá a falsa ilusão que todos os dias são dias de férias, mas isso não é uma verdade absoluta, não será festa para todos ao mesmo tempo;
  • Gasto maior de tempo no virtual: pessoas que passam muito tempo no mundo virtual e têm poucas ações atividades no real, podem ter uma sensação de frustração e mal-estar ao ver nesse mundo virtual tantas pessoas aproveitando o mundo real de uma forma que ela não faz;
  • Excesso de fantasia: gastar muito tempo com o pensamento e fantasia e ter pouca ação concreta no dia a dia também pode levar a sentimentos negativos e ruins;
  • Dificuldade de lidar com a separação entre o real e virtual;
  • Insatisfação com a vida real e a digital passa a ser uma fonte de escape e fuga.

Essa síndrome também está relacionada com a autoestima. Quem está bem consigo próprio apresenta maior controle e equilíbrio sobre esses estímulos. Quem está com a autoestima comprometida acaba desejando e invejando o que fantasia que o outro tem. A mente de quem não está bem é capaz de inventar muitas versões distorcidas para um único fato. Lembrando que esse tipo de comportamento não é único do mundo digital, isso faz parte das emoções como um todo e ocorre no mundo real também. Estar atento para evitar o sofrimento e distorção é muito importante.

A FoMO pode afetar o dia a dia e as relações da pessoa quando quem sente sofre e age de forma desequilibrada. Alguns exemplos de ações:

  • Querer ficar conectado o tempo todo;
  • Interromper uma conversa real para checar informações virtuais;
  • Perder prazos para ver informações na internet;
  • Navegar compulsivamente de um site para o outro;
  • Nem sabe bem o que está vendo o procurando na internet.

Toda vez que há um sofrimento e com isso uma perda do agora, o real, o concreto, você pode estar perdendo seu tempo e entrando num caminho de desencontros.

Havendo necessidade, busque ajuda profissional. Sessões de programação neurolinguísticas (PNL), EMDR, coaching de vida e psicoterapia são fundamentais para o encontro do bem-estar e saúde mental.

Fonte: Minha Vida

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